Estática, quase que paralisada ela olhava para ele. Seus olhos grandes e azuis sempre brilhavam quando o olhava. Lá estava ele: Pedro. O garoto mais lindo e popular do colégio, a quem todas as meninas suspiravam, mas que nunca chegou a olhá-la. Como dizer o que sentia? Era tão tímida perto dele, que sequer conseguia proferir uma palavra. Mas não queria mais continuar a guardar esse sentimento dentro de si.
- Rebeca!
Sem resposta.
-Rebeca! – ouviu alguém gritar.
- O quê? – disse Rebeca assustada, como que saindo de um transe.
Percebeu os olhares de Raquel e Viviane a observando.
- Pensando no Pedro de novo? - indagou Raquel com um sorriso adivinhador.
- Sim - revelou-se em um sorriso apanhado - vocês sabem que eu sempre gostei dele, ele é tão lindo. - voltou o olhar para outra direção.
- Então porque não fala com ele?- sugeriu sua amiga.
- Eu já tentei, mas toda vez que chego perto eu travo.
- Eu não entendo Rebeca, você nunca foi tímida. - olhou-a com estranhamento.
- Eu sei, mas... Com ele é diferente, vocês sabem, eu nunca gostei de alguém assim antes.
As outras entreolharam-se nesse instante.
- Se tivesse um jeito de dizer o que eu sinto por ele sem ter que encará-lo... - continuou.
Algo pareceu acender no olhar de Viviane:
- Já sei. Porquê você não se torna tipo uma admiradora secreta?
- Como assim? - encarou-a surpresa.
- Você se comunica com ele anonimamente, e assim vocês vão se conhecendo melhor. E então quando estiver preparada você revela sua identidade!
- Não sei. - disse Rebeca incerta - isso não parece meio bobo?
- É isso, ou falar com ele. - resultou Raquel sentenciante.
Bateu o sinal da aula. Rebeca nunca saiu tão determinada como naquele dia, o que era normal de sua personalidade. Pensando bem, a ideia de Viviane não era ruim. Iria escrever para Pedro! Finalmente conseguiria falar com ele, conhecê-lo, e poderia dizer tudo o que sentia. Isso de repente, encheu-a de uma agitação interna.
Alcançava o caminho até sua casa quando uma grande onde de fumaça cobriu seu rosto, forçando-a a tossir. Ela não sabia da onde vinha aquilo. Até que ouviu uma voz:
- Gostou da moto?
David. O garoto mais prepotente e arrogante que havia conhecido em toda a sua vida. Ela o odiava pelo seu jeito convencido de ser. Ele tirou o capacete, revelando seus incríveis e penetrantes olhos verdes, mas que para Rebeca não causavam nenhum efeito, e caminhou até ela.
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