ADOROWEB - "E ela segue firme"

Existem frases ou palavras que possuem certos poderes. Algumas, incitam o ódio, a descrença, outras, o interesse, a atenção. E há aquelas que tem o poder de nos trazer o olhar sobre nós mesmos, encontrando-nos com o nosso mais âmago íntimo. “E ela segue firme.”. Essa frase foi dita à mim, em um excelente artigo do Blog da Zih sobre esta coluna. E de repente, foi como se toda uma onde viesse me tomar. Logo, toda uma trajetória passou sobre minha mente, não apenas referente ao adoroweb, mas a toda minha vida.

Acontece que, o que aquele pequeno conjunto de palavras, simples a vista, estava dizendo, era que, apesar de todos os sofrimentos, problemas e lutas que passei, eu continuara de pé. E não apenas me levantara no último instante, mas permanecera, sempre, resistente desde o início. Mas aí é que esta: porque?

Nunca sonhei em escrever. Demonstrava sim, um amor relativo pelos livros, mas somente porque eles me eram um escape para um mundo mais criativo, ao que minha alma sempre mostrou uma queda, no entanto, assim que encontrei outras formas de me alienar, disse adeus as letras para sempre e me encerrei em outros interesses. Um dia, porém, esta imaginação aguçada tomou forma, e resoluta, quis sair para mostrar-se ao mundo. Sem saída então, resolvi escrever.

No início não foi fácil, mas com o tempo, descobri uma certa facilidade. De repente, eu já não me cansava como era com o desenho ou toda outra atividade que iniciava e após perdia o interesse, mas eu continuava, insistentemente, sem me cansar, pelo contrário, quanto mais escrevia mais queria escrever. Eu tecia palavras, as substituía, em um excitante jogo em que eu apostava todas as minhas fichas e que me recobria de adrenalina e me revigorava. Foi quando vi que morreria pela palavra exata e daria 

minha vida pela frase correta, que eu descobri que havia nascido para escrever.

Vista de fora, esta minha caminhada até o meu verdadeiro desígnio, parece direta e fácil. Porém, entre o início e a chegada, o caminho reserva diversas pedras. Algumas, tão pesadas que parecem incrustradas ao chão. Nelas, o divórcio dos pais, a depressão aos 20 anos, o abandono de crenças equivocadas, a faculdade feita sem razão, a morte de alguém que amava. Em um momento da minha vida, achei-me como completamente inerte, intacta em um plasma gasoso de medo e confusão, em que, há tantas saídas que nos sentimentos presos. No entanto, não cedi. Continuei a andar, mesmo que apenas seguindo o movimento involuntário das pernas. E nestes momentos, me refugiava em minha imaginação.

Apaixonada por aquele mundo tão fascinante das palavras desenhadas com perfeição e das histórias incríveis, que de tão reais, provocam no leitor o desejo de estender a mão para completar a cena, conheci as webs novelas. De repente, vi que eu não estava sozinha! Haviam diversas outras pessoas, que como eu, também não podiam manter mais seus pensamentos e ideias em suas mentes, mas queriam transferi-los em palavras e compartilhá-los com o mundo. No entanto, me espantei com a falta de estrutura básica de suas histórias, que infelizmente, transformavam ideias, algumas vezes, incríveis, em apenas uma confusão de palavras mal colocadas. Escritores amadores como eu que desejavam ardentemente escrever, mas não possuindo o conhecimento necessário, estavam falhando miseravelmente. Decidi então, criar esta coluna.

Aos que a acompanham desde o início, sabem que os comentários que hoje lotam os artigos e a atenção que eles provocam, começaram a menos de meses. Pois, durante mais de um ano em que iniciei este projeto, os passei sem receber sequer visualizações. Quando recebia algum comentário, eram sempre xingamentos e difamações. Mas não houve uma só semana em que eu deixei de postar. E me dedicava sempre, dando toda a minha atenção a análise. Ora, é óbvio que, se como alguns julgam, eu estava fazendo isto apenas para chamar a atenção, eu teria desistido assim que visse minha falta de resultados.

Certa vez, perguntaram a um filósofo renomado a razão de ele nunca ter desistido, mesmo diante de tantas controversas e perseguições. E ele respondeu, serenamente, que a fonte para a persistência sem detença está em fazer o que seu coração lhe chama para fazer, não para alcançar um objetivo em específico, mas porque você não nasceu para fazer outra coisa. Assim, o mundo, o reconhecimento, já não fazem parte da razão pela qual, mas transformam-se em apenas os efeitos de seus atos. Bons em alguns momentos, ruins em outros, mas incapazes de alterar seu estado de espírito.

Este é o porquê dos xingamentos e das palavras gritadas em ódio terem em mim o tamanho do abalo de um cotonete batendo em um sino de igreja. Pois não dizem a respeito da verdade, que é a única coisa que valorizo, mas, rangem sobre coisas das quais me são indiferentes e que nada tem a ver com quem eu sou. E assim, quanto mais tentam alcançar grandes dimensões, mais parecem silenciar a si próprias.

Ao final, a chave para entender isso está em saber que a desistência se encontra na frustração, que, por conseguinte, acontece quando não se alcança aquilo que se almeja. Descobri então que, eu continuei e continuo porque não espero nada deste mundo. 

Apenas quero continuar a realizar o que está em minha essência e a ser quem sou. Meu propósito aqui é e sempre será o de estimular a qualidade literária e de ajudar as pessoas que possuem a mesma paixão pelas letras a evoluírem junto comigo. Sempre que vejo algum autor buscando se aprimorar, e de fato, mostrando resultados melhores, meu coração se enche de alegria. Vejo então a razão de ter chegado até aqui e agradeço a Deus imensamente.

Sei que este é apenas um pequeno passo e que meu futuro ainda reserva grandes feitos, assim como, igualmente, lutas e obstáculos. Mas novamente me asseguro naquela frase, que de tão poderosa possui os três tempos verbais. “Ela segue”, que abrange o passado e o presente, e segue no futuro, infinitamente, firme!

AVISO: Hi weblovers! Infelizmente, devido a problemas pessoais, a crítica de "Love e school" irá ficar para a próxima semana. Peço a compreensão de todos. Obrigada. Beijoos e bye bye!

 



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Notas DIGG TV

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