Webloverss, como estão vocês? E no episódio de hoje, contaremos a história de Érika G., mulher linda, independente e sonhadora que, como todas, apenas deseja alcançar seus sonhos: ser escritora e casar-se com Chris Hemsworth. No entanto, em seu passado, ela guarda um terrível segredo que irá assombrá-la para o resto de sua vida: uma história de amor em quadrinhos, chamada "Patrícia e Paulo". Tã DÃ DÃ DÃAA!
É, a história é real, no entanto, hoje não será sobre o meu drama que iremos falar, mas sobre os dessas oito mulheres aqui!
Autores(as): João Pedro Figueiredo Luciane Leitão Ronald Venâncio Sandy Brian Tavares Breno Weverton Sangue Crawford Jan Ano: 2020 |
Agora, o que essa série não buscou, de fato foi dar um sentido, ou tema central que unisse todas essa histórias, antes, cada trama acontece independente da outra, seguindo direções, espaço-tempo e temas diferentes. Não há, por exemplo características, sentimentos, sequer desejos que sejam compartilhadas igualmente por essas personagens, como a força, ou o amor, ou o sonhar para formar no final um mesmo mensagem. Em se tratando de uma série sobre mulheres, era-se esperado que o tema central fosse a experiência feminina de ser e estar no mundo, porém, poderíamos colocar um homem para protagonizar esses episódios e não faria diferença alguma! E isso com certeza fez com que a obra perdesse sua essência e diferencial para se tornar apenas uma sequência de narrativas dispersas postas em um mesmo box.
No entanto, se há uma ironia nisso tudo, essa é das piores, pois suas histórias podem não ter um tema principal que as una, mas há sim algo que é compartilhado por todas e que as ligou em um desenho e padrão central que, infelizmente, acontece de ser, um defeito central!
Acontece que em todas elas, sem exceção, houve a falta absoluta daquilo que é mais básico de uma narrativa: uma estrutura. Estrutura nada mais é que a base de um texto, ou seja, sua introdução, desenvolvimento e desfecho. O que quer dizer que em todas elas houve a falha em alguma destes componentes; no conto de Luísa, protagonista do primeiro episódio, o desenvolvimento é completamente inexistente; temos a visão de seu problema inicial, uma desordem psíquica, no entanto, isto nunca apresenta-se como um conflito pessoal para personagem. Quando o namorado a confronta, não há uma mudança de atitude ou de pensamento, mas é o namorado que no fim a aceita da forma como ela é. Ou seja, a personagem começa de uma jeito e termina do mesmo jeito, sem mudanças ou alterações, em outras palavras, sem história!
É o mesmo caso de Laura e Joana que demonstram conflitos iniciais, mas não progridem na história de forma alguma em suas personalidades. Mas isto também pode ser devido à um enredo sem dificuldades como o de Luciana: ela começa com o sonho de ser modelo e o alcança sem maiores problemas, simples assim, não há conflitos, obstáculos, além de uma simples trapaceada da amiga invejosa, mas nada que uma tropeçada no salto não vença nessa grande e emocionante trajetória, não é mesmo?
Já Diara, o mais ousado de todos por se tratar de uma viagem no tempo - não esperaria menos de sua autora - até tenta dar um desenvolvimento com o crescer da relação do casal e o desfecho no final, mas perde pela falta de introdução necessária; em nenhum momento é formado um elo na relação entre os personagens que transmita ao leitor a importância quanto ao segredo da relação de pai e filha; a filha aparece apenas no final do conto, deixando assim uma história que deseja ser grande, mas, também pelo enredo sem nenhuma dificuldade, se resume à um mero flashback.
Semelhante é Lara que comove pela busca pela guarda do filho, o problema é que o texto não aprofunda em seu vício no alcoolismo, deixando isso totalmente ignorado, o que não promove um aprofundamento da personagem e afasta o público dela. E o que era para ser uma trajetória de uma mãe pelo filho, vira uma sequência de ameaças vazias feitas pelo pai do menino, que quando se concretizam, finalmente criando um conflito, e o leitor espera o desfecho, o conto simplesmente acaba!
E falando em final brochante é o de Stéphanie que vive a desilusão de ser traída poucos dias antes de se casar; e poderia ser a história da noiva traída que se vinga, mas a verdade revelada no final acaba com qualquer estrutura assim como a vontade do leitor de acompanhar a história: tudo se tratava de um sonho de uma prostituta! Mas me digam, que senso há em se sonhar com uma vida que não vai dar certo? E assim, o conto não se fecha e parece mais uma bagunça sem utilidade, como se o autor, sem saber o que fazer com o que criou, o quisesse terminar de qualquer jeito.
Mas se há um conto que deve ser retirado dessa conta com certeza é o de Natasha, porque de todos é o que mais respeitou a estrutura, afinal, começou sem o gardenal e terminou sem ele! Uma arqueóloga que vai buscar os ossos de um dinossauro na tumba do faraó! Quando eles são atacados então pela princesa kaguya e seus guardiões com rajadas de chamas e redemoinhos, você já está preparado pra tudo! E se engana quem pensa que o problema está na viagem pro sobrenatural, mas do autor, em nenhum momento sequer ter pensado em avisar isso ao leitor! Pois se existe uma regra igual aos drogados e aos escritores é que se quer viajar junto ofereça a balinha!
É justo que o conto, diferente de uma novela, é mais desafiador, por ter que resumir a estrutura da narrativa em um espaço pequeno, e é evidente que nenhum destes autores estava apto para esta mudança ainda. Alguns se saíram melhor, como o autor do conto de Laura cujo o desfecho é realmente interessante e fecha bem o ciclo da personagem e Luciane que fez muito com a trajetória de Diana. Mas ao todo, a série não consegue encantar com nenhuma de suas narrativas.
Ao final, creio que o grande problema é que o dilema de suas personagens nunca esteve dentro delas, não havia obstáculos a vencer, personalidades para desenvolverem-se e quando não eram situações vazias de sentido, eram memórias ou sonhos sem significado. E não há mais nada a dizer quando a grande e verdadeira heroína desta série de fortes mulheres terminou por ser Natasha que lutou contra a princesa Kaguya pelos ossos de um dinossauro!
E aí o que vocês acharam weblovers? Deixem nos comentários! E não esqueçam de votar na próxima enquete, para decidir a review da semana! Até a próxima, beijoo e bye bye!
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